
Por tanto procurei...
Por tanto vaguei, diáfano, por cada sombra, espalhando uma luz pálida, fria e fraca por onde passava. Como que em busca de um corpo para mim.
Corpo, ora, que eu achava que havia achado. Ilusão. Fogo ardente e pungente. A faca fria e escaldante da realidade e a sensação da carne abrindo-se em fibras. Veios de dor.
Meu Deus, dá-me uma estrela dos céus! Quem sabe aprenderei seu brilho e cintilaremos harmonicamente pelos céus, iluminando o breu incauto da noite. O céu...
E assim achei o que tanto procurei, finalmente! Celebração! Agora brindarei a doce felicidade!
Ou brindaria antes de chegar a inesperada chuva da tristeza. Tristeza irracional... Sim?
Meu âmago reage ao novo brilho com força, todavia algo o impede de crescer. Uma angústia. Angústia constante, de caráter regressivo. Estará tudo acabado àquela altura? Não sei...
Só sei que não entendo.
Tristeza...
Núcleo rígido e escuro de um olhar sem vida. Expectativa de um amanhecer que nunca virá. Alma oceânica de latência. A densa floresta suplicante.
O universo da incompreensão assusta, entretanto surpreende. Um ser que se incompreende, espera de si. Contudo, há esperas que estão fadadas a durar enquanto os pilares do destino ainda estiverem erguidos. Tenho medo de esperar com eles pelo meu tão esperado alimento. Sim, tudo isso apenas para me alimentar... Enquanto isso, sinto minhas costelas, ó, logo as costelas, furarem meu peito fraco, enquanto liberto-me de mim mesmo.
Tenho medo do que o destino reserva a mim, mais tenho mais medo do que eu guardo internamente. Não quero perder essa oportunidade tão rara... Não quero mais estar sozinho...
Desde o início, especial, raro, único... Único. Uno. Um. Singular. Solitário. Eterna solidão, avisto o teu fim... Não deixarei passar, dessa vez será para sempre.
Enquanto isso, a angústia marcará meus pulsos e meus olhos. Minha mente congelada luta... E vencerei, pois agora tenho o que preciso.
Mas a tristeza permanece... E eu vago pelo mundo...
Espero nunca perder a chave da Porta para a Luz, meu único caminho. Há muitos mundos. Mas eles compartilham o mesmo céu...
E foi assim que nos conhecemos, nessa situação de estranheza. Eu e eu mesmo. E a entidade. Foi também assim que descobri que havia um deus a mais na minha história. E, assim, foi tudo corrigido, afinal, não se pode ter dois pais.
Enfim, peço que me compreendam e que me desentendam. A Via Purifico de minha alma inicia-se agora. Não, tu não entenderás, mas alguém irá relembrar os fatos da trama. Alguém.
Dentre as oliveiras, pensando, derramando angústia. não mais leia, já chega. Não entre, não me pergunte. Simplesmente não é assim.
Reze o rosário de lágrimas e mergulhe no afogamento. Na insuficiência, só para depois descobrir que nunca nada daquilo existiu. Você existe, mas eu entendo. E pare com isso. Deixe que as flores de cerejeiras toquem teu corpo, não te importas.
Teu egoísmo é tão inconsciente, que me rouba a atenção. Segure a minha mão e nós iremos viver.
Pelo mundo...
O FOGO DAS HORAS E O CHEIRO DA PRESENÇA
Agora sim posso comentar!
ResponderExcluirJá te disse que admiro sua sensibilidade?
"Teu egoísmo é tão inconsciente, que me rouba a atenção. Segure a minha mão e nós iremos viver."
"O universo da incompreensão assusta, entretanto surpreende. Um ser que se incompreende, espera de si. Contudo, há esperas que estão fadadas a durar enquanto os pilares do destino ainda estiverem erguidos"
F-A-S-C-I-N-A-N-T-E!
adoro textos introspectivos, além das idéias nuas, postas de forma solta, genial ^^
já te disse que fiz um conto depois que li esse texto, né?
em breve postarei!
pois bem, estou realmente ansiosa por uma nova postagem! Virei fã de carteirinha do seu blog XD
o/
bem... como você sabe, nunca fui bom de me expressar, então vou dizer da forma mais direta possível : GENIAL!!!
ResponderExcluirNão digo isso apenas como amigo, mas como leitor.
O bom desse teu texto é que inspira várias reflexões, coisa que tentei fazer no meu, mas não obtive muito sucesso...
Talvez teus textos mostrem mais de ti do que a realidade, até porque somos apenas bonecos no mundo real, fazendo ,algumas vezes, movimentos que não são nossos, mas fazemos para nos esconder,ou por não achar um bom público para se mostrar...
O mundo real é muito caótico e de certo ponto engraçado: como é possível que entre bilhões de pessoas, poucas ou até nenhuma realmente nos conhecem? estamos sozinhos no meio de todos, e nem sempre é esse destino que queremos. Mas quem disse que nós é que tecemos o destino? se fosse assim a vida seria mais doce, e talvez sem graça. Não, não, somos apenas peças da vida, peças de um grande jogo de xadrez ,onde temos que conviver com outras peças, em que algumas querem nos destruir, outras nos abrirão caminhos, mas poucas são iguais a nós. As vezes o que queremos nem parece tão difícil, à primeira vista, mas conhecendo as peças e as regras do jogo, descobrimos a real dificuldade. E assim, somos peças solitárias e até fracas no meio das fortes(peças solitárias não possuem a mesma força das unidas). Mas as linhas do jogo se entrelaçam e no fim o jogo sempre acaba. Quem sabe não sejamos os vencedores?
obs: De certo ponto, nem eu soube o que eu quis dizer :D , mas ,pra finalizar, digo o mesmo que a naiê, sou seu fã e, por coincidência, teu texto também me inspirou a fazer uma história, que não sei se condiz com a idéia do meu blog XD. Uma coisa: sempre que tu escrever algo, não tenha medo de postar, pois teus textos são excelentes. Parabéns
O que falar quando os outros já disseram tudo? =x
ResponderExcluirvou tentar complementar...
sinto um misto de sentimentos, concordo com o GH quando ele diz que vc se solta mais nos textos q escreve... de fato, vivemos em um baile de máscaras n é? Somos diferentes a cada dia, a cada situação. Vc, nos seus textos, consegue ser um. Um confuso, ora resignado, ora revoltado, um q foge e sucumbe ao completo da vida. Quem te conhece ao vivo n imagina q tamanha melancolia se esconda em seu âmago, mas acho q, para alguns mais sensíveis, ela é parte de nós...
Amo amo amo seus textos, e sempre leio e releio... continue sendo essa "metamorfose ambulante" (e encha as páginas de seu blog, plis =b)
bosque cinzento... transmite o quão fria e estranha a vida é
ResponderExcluir"Núcleo rígido e escuro de um olhar sem vida. Expectativa de um amanhecer que nunca virá. Alma oceânica de latência. A densa floresta suplicante".
ResponderExcluirLembra Goethe. Em poucas palavras: profundo, puro e belo. Estranhamente e singularmente belo. Parabéns!